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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Poesia: "Sertão Fenomenal", um poema de Gilmar Leite

Foto de Gilmar Leite.
Foto de Gilmar Leite

Sertão Fenomenal

Cai à tarde na curva do crepúsculo
Deita o sol sobre a cama da amplidão
Nuvens negras convidam a escuridão
E deixam o céu num estado minúsculo.
Um carão dar um grito no arbúsculo
Quando vê claridade no horizonte
Do reflexo do raio bem cortante
Sobre a nuvem que grávida se inclina,
Para abrir as goteiras da cortina
E verter uma chuva sobre o monte

Cada pássaro busca o seu abrigo
Entre as folhas da mata virginal
Só o feio tristonho bacurau
Não parece temer qualquer perigo.
O relâmpago joga o seu castigo
Sobre o tronco da velha aroeira
A faísca lhe corta a madeira
Assustando seu porte secular
Que resiste e não se deixar tombar
Se mostrando fantástica guerreira.

Toda a noite se cobre no aguaceiro
Desde o monte ao vale campesino
Desce a água buscando seu destino
Estrondando nos mil desfiladeiros.
Velhos troncos redondos e maneiros
São levados ao sabor da correnteza
Olham as aves da linda fortaleza
Grande inverno nas telas do Sertão
Dando estrondo e mostrando seu clarão
Enfeitando o nordeste de beleza.

De manhã bem depois da enxurrada
A natura se acorda bem contente
Fica grávida a plácida semente
Canta alegre no campo a passarada.
A lagoa transborda engravidada
Lindos tufos de água cristalina;
E o feliz alazão sacode a crina
Relinchando no campo orvalhado
Esperando o vaqueiro no roçado
Pra tanger todo gado pra campina.

A rolinha pequena eriça as penas
Derramando gotículas de orvalhos
Como lindos cristais caem dos galhos
Sobre as flores das plácidas verbenas.
Na floresta se escuta as cantilenas
Duma orquestra de pássaros cantantes;
As marrecas desfilam nas vazantes
Dando vôos numa linda procissão,
E as águas estrondam num grotão
Entre as rochas de lâminas cortantes.

Sobre os galhos frondosos da braúna
Onde o sol faz cortina de fulgores
Belos pássaros são líricos cantores
Sob o toque regente da graúna
Borboletas na flor da Ibituruna
Batem as asas de seda delicada,
A campina de cor bem enfeitada
Mostra as telas sutis da natureza
Desenhando a paisagem da beleza
Pelas mãos da manhã sofisticada.

As vazantes que ficam alagadas
São lugares de mágica existência
Onde as águas com lírica cadência
Mostra a dança das gotas orvalhadas.
As abelhas nas poças inundadas
Com galões levam pingos de orvalhos
Pra usarem durante os trabalhos
Nas colmeias fazendo o doce mel
Recolhido nas rosas do vergel
Ou nas flores dos plácidos carvalhos.

Sobre o ventre da terra brota a vida
Colorindo com tintas multicores
Nos jardins naturais mil beija-flores
Buscam o néctar da flor colorida
O sutil rouxinol sai da guarida
Orquestrando o seu canto matinal
As ovelhas despertam no curral
Cada qual demonstrando a cor da lã,
São belezas que surgem de manhã
Demonstrando o sertão fenomenal

Gilmar Leite

O meu registro em forma de versos, sobre os dias que passei no sertão do pajeú. 
Foto de perfil de Gilmar Leite
Fonte: Facebook do Autor/poeta

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