Seguidores

Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sexta-feira, 1 de março de 2013

POESIA: Ivanildo Vilanova - Voleiro, Cantador e Poeta.





Nascido em Caruaru (PE), em 13 de outubro de 1945, Ivanildo Vila Nova cresceu acompanhando seu pai, o famoso cantador José Faustino Vila Nova, pelas noitadas de cantorias. Se a vida do repentista naquela época era extremamente espinhosa, para um menino, então, o sacrifício era extremo.

Começou meio que obrigado pelo pai, que fazia com que ele decorasse folhetos inteiros e cantasse durante as cantorias. Ao abraçar a Arte do Improviso, Ivanildo não queria apenas ser mais um no cenário da poesia. Era imperioso que o quadro existente fosse modificado para a sobrevivência da Cantoria. Antes de Ivanildo Vila Nova, a Cantoria era amadora, onde o compromisso era apenas com o divertimento, o lúdico, a boemia. Com ele, aconteceu a profissionalização, a elevação do cantador à categoria de artista.

Os mais céticos apostavam que a cantoria, ao sair do sertão para ganhar espaço nos grandes centros, estaria fadada à extinção. Porém, com a ascensão de Ivanildo e dos cantadores de sua geração (Geraldo Amâncio, Moacir Laurentino, Sebastião Dias, Severino Ferreira e Sebastião da Silva, entre outros) abriu fronteiras. O trabalho dessa geração saiu do sertão para a cidade, saiu do Nordeste para outras regiões, chegando até os outros países.
Fonte: Defensor da Cultura Nordestina

NORDESTE INDEPENDENTE  (Imagine o Brasil)
(Ivanildo Vilanova e Bráulio Tavares)

Já que existe no Sul este conceito
que o Nordeste é ruim, seco e ingrato,
já que existe a separação de fato
é preciso torná-la de direito.
Quando um dia qualquer isso for feito
todos dois vão lucrar imensamente
começando uma vida diferente
da que a gente até hoje tem vivido:
imagine o Brasil ser dividido
e o Nordeste ficar independente.

Dividindo a partir de Salvador
o Nordeste seria outro país:
vigoroso, leal, rico e feliz,
sem dever a ninguém no exterior.
Jangadeiro seria o senador
o cassaco de roça era o suplente
cantador de viola o presidente
e o vaqueiro era o líder do partido.
Imagine o Brasil ser dividido
e o Nordeste ficar independente.

Em Recife o distrito industrial
o idioma ia ser "nordestinense”
a bandeira de renda cearense
“Asa Branca" era o hino nacional
o folheto era o símbolo oficial
a moeda, o tostão de antigamente
Conselheiro seria o Inconfidente
Lampião o herói inesquecido:
imagine o Brasil ser dividido
e o Nordeste ficar independente.

O Brasil ia ter de importar
do Nordeste algodão, cana, caju,
carnaúba, laranja, babaçu,
abacaxi e o sal de cozinhar.
O arroz e o agave do lugar
a cebola, o petróleo, o aguardente;
o Nordeste é auto-suficiente
nosso lucro seria garantido
imagine o Brasil ser dividido
e o Nordeste ficar independente.

Se isso aí se tornar realidade
e alguém do Brasil nos visitar
neste nosso país vai encontrar
confiança, respeito e amizade
tem o pão repartido na metade
tem o prato na mesa, a cama quente:
brasileiro será irmão da gente
venha cá, que será bem recebido...
imagine o Brasil ser dividido
e o Nordeste ficar independente.

Eu não quero com isso que vocês
imaginem que eu tento ser grosseiro
pois se lembrem que o povo brasileiro
é amigo do povo português.
Se um dia a separação se fez
todos dois se respeitam no presente
se isso aí já deu certo antigamente
nesse exemplo concreto e conhecido,
imagine o Brasil ser dividido
e o Nordeste ficar independente.

Este vídeo feito por: Thadeu Filmagens no dia 01de novembro de 2012 na casa de shows Colliseum Hall em Patos - Paraíba em ocasião da comemoração das Bodas de Ouro do Poeta e Cantador Jomaci Dantas. No vídeo o Poeta repentista Ivanildo Vilanova interpreta uma de suas mais celebres e bonitas obras. Trata-se de uma Canção manifesto, imaginando um nordeste mais digno e honesto para com seu povo.


Outra Obra Prima desse Menestrel da Viola:
Três Estrofes do Mote
“A história fará sua homenagem
À figura de Antônio Conselheiro”

“Num deserto profundo e sem ter fronte
Já surgiu um regime igualitário
Onde um justo já sexagenário
Fez erguer a cidade de Belo Monte
Para então vislumbrar um horizonte
Sem maldade, sem crime e sem dinheiro
Sem bordel, sem fiscal, sem carcereiro
Mas, foi morto e tombado por selvagem
A história fará sua homenagem
À figura de Antônio Conselheiro”

“Ó Canudos, país da promissão
Foi injusta e cruel a tua guerra
Tu, que eras abrigo dos sem-terra
Sem justiça, direito, paz e pão
O fanático era apenas um irmão
O jagunço somente um companheiro
Junto ao mestre encontrando paradeiro
Confiança, família e hospedagem
A história fará sua homenagem
À figura de Antônio Conselheiro”

“Sertanejos morrendo de magote
“A bandeira sangrenta era um molambo
O quartel sem guarita era mocambo
A metralha, um feioso clavinote
O abrigo era a grimpa de um serrote
Baioneta era a lança do carreiro
A corneta era o búzio do vaqueiro
Para-peito e gibão, sua roupagem
A história fará uma homenagem
À figura de Antônio Conselheiro”

 Entrevista Completa:Programa: Grandes Nomes do Nordeste
Entrevistador: Ricardo Guilherme, jornalista.
Programa gravado no auditório do Centro Cultural Banco do Nordeste, em Fortaleza-CE
Cantigas e Cantos

Um comentário: